A música e a ideia de património
A música e a ideia de património
Teatro Garcia de Resende - Salão Nobre
19 mai / 18:00
Conferência de PAULO FERREIRA DE CASTRO (CESEM – NOVA FCSH / IN2PAST) com apresentação e comentário de ANA TELLES BÉREAU (CESEM – Universidade de Évora / IN2PAST)

As problemáticas da patrimonialização da música não têm recebido uma atenção particular, de um ponto de vista histórico-conceptual, ainda que o desenvolvimento da musicologia se encontre intimamente relacionado com a definição de património e com a assunção da música como parte integrante desse património, muitas vezes em correlação com a difusão de ideais identitários ou nacionalistas, ou com a construção de uma ideia de “tradição”. Num momento em que as questões culturais tendem a reclamar cada vez maior relevo, pretende-se promover uma reflexão sobre a complexidade teórica, histórica, social, antropológica e política do conceito de património, bem como das múltiplas implicações dos processos de patrimonialização na produção, preservação, difusão, (re-)significação e valorização das diferentes práticas musicais.

PAULO FERREIRA DE CASTRO

Investigador e presidente da Direção do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical – CESEM / IN2PAST, e professor associado e coordenador executivo do Departamento de Ciências Musicais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH).

ANA TELLES BÉREAU

Investigadora do CESEM – polo da Universidade de Évora / IN2PAST, e professora catedrática (Departamento de Música) e vice-reitora da Universidade de Évora.

ORGANIZAÇÃO

IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território / Évora 27 – Capital Europeia da Cultura.
Unir Património e Futuro: Uma Abordagem Interdisciplinar para Futuros Sustentáveis
Unir Património e Futuro: Uma Abordagem Interdisciplinar para Futuros Sustentáveis
Auditório Fundação Eugénio de Almeida
22 mai / 10:00
Conversa com PAUL DUJARDIN (CEO da Horizon 50-200, ex-diretor artístico do Bozar) e ANTÓNIO CANDEIAS (HERCULES – Universidade de Évora / IN2PAST)

Esta conversa visa promover um diálogo inclusivo e transdisciplinar entre os oradores intervenientes, os participantes do Festival Imaterial e os doutorandos das sete unidades de investigação do Laboratório Associado IN2PAST que integram a Escola Doutoral / In2Future Boot Camp que decorre em Évora em simultâneo com o festival. O objetivo é iluminar as interconexões críticas entre a filosofia contemporânea, a conservação do património e os princípios vanguardistas da narrativa da Nova Bauhaus Europeia, sem perder de vista os desafios prementes colocados pela crise ecológica mundial.

PAUL DUJARDIN

Ex-diretor artístico do Bozar, Palácio de Belas-Artes de Bruxelas. Comissário Geral para a Política do Património na Região de Bruxelas. Coordenador do programa Ano Art Nouveau em Bruxelas.

ANTÓNIO CANDEIAS

Químico, investigador do Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda – Universidade de Évora / IN2PAST, professor catedrático da Universidade de Évora, presidente da Direção do Laboratório Associado IN2PAST.

ORGANIZAÇÃO

IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território / Évora 27 – Capital Europeia da Cultura.
Não tenho vagar amor…
Não tenho vagar amor…
Teatro Garcia de Resende - Salão Nobre
22 mai / 18:00
Não tenho vagar amor… a memória do assassinato de Catarina Eufémia e a Reforma Agrária nas recolhas sonoras de António Modesto Navarro
Conversa com
ANTÓNIO MODESTO NAVARRO (escritor) e PAULO LIMA (antropólogo)

No início de 1976, o político e escritor António Modesto Navarro (Vila Flor:1942), chega ao Alentejo para gravar testemunhos da revolução em curso. Tinha estado, desde 1969, a documentar as condições de vida e a revolução em Trás-os-Montes, Beira Alta e Lisboa.

Durante dois meses, Navarro fez extensas entrevistas em cerca de 30 locais dos distritos de Portalegre, Évora e Beja.

A poesia popular, o improviso e o ‘cante alentejano’ são envolvidos em depoimentos de rara beleza e pungência, num momento histórico único: três meses após o 25 de Novembro de 1975, e no momento em que a Assembleia Constituinte aprova a nova Constituição Portuguesa e Portugal vota para a eleição do seu primeiro governo democrático. Pela primeira vez na história de Portugal, todos votam.

As vozes de Ana Bragança, cantando em Benavila cantos políticos, as décimas impressas de José Virgínia e António Maria Coelho, gravadas em Aldeia dos Fernandes e Corte Vicente Anes, ou as modas cantadas em cima de tractores por camponeses de Pias quando se dirigem para o 1.º de Maio em Beja, assim como testemunhos recolhidos em Montemor-o-Novo, Santiago de Valongo, Montoito, Aljustrel ou Baleizão, mostram como o mundo camponês do Sul de Portugal sentiu e viveu o assassinato de Catarina Eufémia (1929-1954), a Revolução de Abril de 1974 e o início da «guerra da Reforma Agrária», em Abril de 1976, tempos que foram de insurreição e utopia camponesa.

Vozes gravadas há quase meio século de homens e mulheres que tomou o futuro nas suas mãos.

As mais de 100 horas de som feitas por António Modesto Navarro neste período revolucionário constituem um testemunho e um património sonoro único na história de Portugal.

Algumas destas recolhas, feitas com apoio do CENDREV, foram editadas em livro, e prevendo-se a sua edição completa em 2024 e 2025, com o título As vozes do gravador: reportagens políticas em Trás-os-Montes, Beira Alta e Alentejo (1973-1976).

ANTÓNIO MODESTO NAVARRO

Escritor e publicista. Foi técnico superior do Ministério da Cultura e fundador da Associação Portuguesa de Escritores. É autor de mais de cinco dezenas de livros de ficção, poesia e reportagem, com um foco particular nas regiões portuguesas longe dos grandes centros de decisão.

PAULO LIMA

Antropólogo; Membro da Comissão Executiva da Candidatura do Fado à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da UNESCO; Coordenador das candidaturas do Cante Alentejano, do Fabrico de Chocalho e da Morna (Cabo Verde) à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da UNESCO. Prémio Imaterial 2023.
Anarquivos do Património em Évora: Para uma Ecologia das Práticas
Anarquivos do Património em Évora: Para uma Ecologia das Práticas
Teatro Garcia de Resende - Salão Nobre
24 mai / 18:00
Mesa-redonda com PEDRO ANTUNES (CRIA – NOVA FCSH / IN2PAST), JOSÉ NEVES (IHC – NOVA FCSH / IN2PAST) e ANTÓNIO CANDEIAS (Laboratório HERCULES – Universidade de Évora / IN2PAST)

Entendendo o património enquanto gesto de desdobramento entre passados generativos e futuros potenciais, como poderá uma ecologia das práticas patrimoniais imaginar realidades alternativas? Em resposta a esta questão, os participantes do boot camp / escola doutoral do IN2PAST (Évora, 18 a 24 de maio) ensaiaram práticas de aproximação ao património na cidade de Évora, procurando fazer convergir campos de conhecimento diferenciados. O legado associativo eborense, os seus repertórios vernaculares ou a experiência de habitar a materialidade desta cidade-património constituíram pontos de partida para sessões de experimentação em torno do património. O desenvolvimento dos trabalhos a apresentar foi inspirado na noção de “anarquivo” (Sense Lab/ Erin Manning) aplicada ao campo do património.

PEDRO ANTUNES

Antropólogo, investigador do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) – NOVA FCSH / IN2PAST, professor auxiliar convidado da NOVA FCSH, e cocoordenador do Grupo de Trabalho para a Formação Doutoral do Laboratório Associado IN2PAST.

JOSÉ NEVES

Historiador, investigador do Instituto de História Contemporânea IHC – NOVA FCSH / IN2PAST, vice-presidente da Direção do IN2PAST e professor auxiliar na NOVA FCSH.

ANTÓNIO CANDEIAS

Químico, investigador do Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda – Universidade de Évora / IN2PAST, professor catedrático da Universidade de Évora, presidente da Direção do Laboratório Associado IN2PAST.

ORGANIZAÇÃO

IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território / Évora 27 – Capital Europeia da Cultura.
A revolução terminou?
A revolução terminou?
Teatro Garcia de Resende - Salão Nobre
25 mai / 18:00
Conversa com ANA DRAGO (socióloga) e ANTÓNIO GUERREIRO (crítico literário e professor), moderada por JOSÉ NEVES (historiador)

A ideia de revolução animou o horizonte de expetativas de inúmeras pessoas e povos durante o período contemporâneo. Mas, nas últimas três décadas, ela tornou-se mais um objeto de memória e patrimonialização do que um vetor determinante do mundo em que vivemos. Com este pano de fundo, discutimos nesta conversa a crise da ideia genérica de revolução, mas também as circunstâncias particulares da revolução do 25 de Abril. Quanto terminou a Revolução dos Cravos? E, se terminou, porque gritamos "25 de Abril, sempre!" ou apelamos à sua defesa? E pode a comemoração da revolução ser outra coisa que não a nostalgia de um tempo antigo?

ANTÓNIO GUERREIRO

Cronista e crítico literário do jornal Público, editor da revista Electra (Fundação EDP) e docente convidado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

ANA DRAGO

Socióloga, investigadora do Observatório sobre Crises e Alternativas do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

JOSÉ NEVES

Historiador, investigador do Instituto de História Contemporânea (IHC) / IN2PAST e professor auxiliar na NOVA FCSH.